PROJETO SEMINÁRIO 2013 – CONVÊNIO UNIMI
Modernidade Latina. Os Italianos e os centros do Modernismo Latinoamericano
Data: 9 a 11 de abril/2013, das 9 às 17h
Local: Auditório do MAC USP (Cid. Universitária)
Inscrição presencial. Taxa de Inscrição: R$25,00.
Informações:cursosmac@usp.br - tel.: 11 3091 3559
Horário de funcionamento da Secretaria Acadêmica: das 10 às 13h e das 14 às 17h
Organização:
Profa. Dra. Ana Gonçalves Magalhães – MAC USP
Prof. Dr. Luciano Migliaccio – FAU USP
Prof. Dr. Paolo Rusconi – Università degli Studi di Milano, Itália
Modernidade Latina. Os Italianos e os centros do Modernismo Sulamericano é um seminário internacional promovido pelo Museu de Arte Contemporânea e pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, no quadro de um acordo de cooperação acadêmica entre a USP e a Università degli studi di Milano. Tal convênio, coordenado pela profa. Ana Gonçalves Magalhães e pelo prof. Paolo Rusconi, está atrelado à realização de uma exposição sobre as obras de arte italiana da Coleção de Francisco Matarazzo Sobrinho e Yolanda Penteado conservada no acervo do MAC USP, e a dois projetos de pesquisa financiados pela FAPESP: reavaliação crítica e atualização da catalogação do acervo do MAC USP , realizado por um grupo coordenado pela profa. Ana Gonçalves Magalhães, do referido museu, e o Projeto Temático “Plus Ultra. Transferência Cultural e Recepção da Tradição Clássica na Arte entre a Europa e a América Latina”, formado por pesquisadores da USP, da Unicamp e da Unifesp, coordenado pelo prof. Luciano Migliaccio, da FAU USP, que desenvolve estudos sobre a circulação de obras de arte europeia e a história do colecionismo no Brasil.
O seminário visa trazer ao público brasileiro um conhecimento mais aprofundado da cultura artística, arquitetônica e industrial, e da evolução do sistema expositivo na Itália, entre a fase inicial da modernização industrial do país, e a reconstrução depois da Segunda Guerra Mundial, esclarecendo as numerosas e importantes relações existentes com o colecionismo de arte contemporânea e o surgimento de uma original experiência museal no Brasil, com a criação do Museu de Arte de São Paulo (MASP), das Bienais, e do Museu de Arte Moderna (MAM). O evento objetiva também inserir os intercâmbios italo-brasileiros dentro do contexto mais amplo do aporte cultural da imigração italiana nos países do Cone Sur, colocando uma perspectiva de cooperação entre estudiosos e instituições acadêmicas dos países da América Latina e, em particular, dos membros do Mercosul.
O Brasil, assim como a Argentina, a Venezuela, o Uruguai, e, em menor medida, o Paraguai, recebeu um forte afluxo de imigrantes italianos a partir da segunda metade do século XIX. Tal fenômeno, como se sabe, teve grande impacto na cultura engendrada no País no século XX. Sobretudo na cidade de São Paulo, isto resultou em intensa cooperação em várias áreas (indústria, comércio e relações culturais), cujo papel na divulgação e formação do Modernismo aqui ainda está por ser devidamente estudado. Houve já estudos que levantaram a importação de artistas e de obras durante as primeiras décadas do século. Particularmente no que diz respeito à historiografia da arte brasileira, alguns pesquisadores deram início ao estudo das interações entre Itália e Brasil durante o primeiro período modernista, sobretudo, relativamente a movimentos quais o Futurismo (Annateresa Fabris), e o Novecento (Mayra Laudanna, Tadeu Chiarelli). Contudo, além do conhecido papel fundamental de Paris, a historiografia recente tem demonstrado a importância, para o desenvolvimento dos ideais modernistas, dos intercâmbios diretos entre artistas, arquitetos e intelectuais brasileiros, argentinos e uruguaios e intelectuais italianos imigrados, bem como das frequentes visitas dos latinoamericanos aos centros artísticos italianos no período. O estudo sistemático do colecionismo de obras de arte moderna italiana no Brasil e do aporte dos italianos à construção do sistema moderno das artes em São Paulo pode seguramente servir como base fundamental para mapear de forma mais completa tais relevantes contribuições, destacando a importância de movimentos até agora menos considerados. Na Coleção Matarazzo do MAC, ao lado dos artistas do Novecento, como Sironi, há obras significativas de artistas da Escola Romana, quais Scipione e Mario Mafai, a pintura de Casorati, representando a Turim industrial do colecionador Gualino, do crítico Edoardo Persico, do historiador Lionello Venturi que teve um papel de grande destaque na formação da cultura moderna na Itália. Falta ainda um estudo sobre os aportes do Segundo Futurismo, em particular, do Futurismo e do racionalismo romano, que teve importante contribuição de Pietro Maria Bardi, e de seus colaboradores na revista Quadrante , quais Bontempelli e os irmãos Bragaglia, experiências que com certeza tiveram efeitos sobre o pensamento estético do crítico italiano no momento da formação do MASP. Também não foi suficientemente esclarecido o papel de críticos italianos imigrados na América do Sul, como Margherita Sarfatti, na formação da coleção Matarazzo e na recepção da arte italiana no meio cultural sulamericano.
Objetiva-se, portanto, mapear o estado da arte das pesquisas realizadas nas áreas de história da arte, história da arquitetura, literatura e história da cultura, em torno de tais relações. Para tanto, seminário reunirá especialistas das áreas mencionadas para promover um debate sobre a contribuição italiana à formação da cultura artística do Modernismo na América d Sul (tendo o Brasil como foco principal) e ao desenvolvimento do moderno sistema das artes .
As sessões serão abertas por conferências plenas, seguidas de painéis de apresentação de pesquisas relacionadas ao objeto de estudo do seminário. Este forma de organização permitirá que os participantes tenham a oportunidade de ouvir conferencistas que possuem uma ampla reflexão sobre o período em questão, ao mesmo tempo em que dará abertura para que pesquisas mais pontuais sejam apresentadas.
Este seminário insere-se no quadro de um Acordo de Cooperação Acadêmica entre o Museu de Arte Contemporânea da USP e o Dipartimenti dei Beni Culturali e Ambientali da Università degli Studi di Milano, que tem por objetivo o estudo das relações entre a cultura artística brasileira e a italiana entre 1920 e 1950.
Convidados:
Arquitetura: Ramón Gutierrez (CEDODAL, Buenos Aires), Jeffrey Schnapp (Harvard University), David Rifkind (Florida International University)
Artes Visuais: Paolo Rusconi (Università degli Studi di Milano), Silvia Bignami (Università degli Studi di Milano), Mario Sartor (Università degli Studi di Udine), Chiara Fabi (Università degli Studi di Udine), Sileno Salvagnini (Accademia di Belle Arti di Venezia), Giancarlo Carpi (Università di Roma III Tor Vergata), Diana Wechsler (Universidad de Buenos Aires), Cristina Rossi (Universidad de Buenos Aires), Tadeu Chiarelli (ECA USP), Catherine Fraixe (École Nationale Supérieure des Beaux-Arts Bourges), Maria Teresa Roberto (Accademia Albertina di Belle Arti Torino), Neville Rowley (École du Louvre)
História Social e Política: Angelo D'Orsi (Università di Torino), João Fábio Bertonha (Universidade Estadual de Maringá)
Literatura: Davide Colombo (historiador da arte independente), Matteo D'Ambrosio (Università Federico II Napoli)
Pesquisas de pós-graduação: Viviana Pozzoli (Università degli Studi di Milano), Carolina Leonelli (FAU USP), Renata Rocco (MAC USP), Júlia Rettmann (FAU USP), Ana Cândida Avelar (ECA USP), Milene Soares Cara (FAU USP), Ana Luiza Ribeiro (IFCH Unicamp), Andrea Cortez Alves (ECA USP)