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CLAREIRA MAC USP

::programação 2023

Clareira (em tupi, Baependi) é uma área de pouca vegetação, ou de vegetação rasteira localizada no interior de uma floresta ou de um bosque. Sua conformação é fundamental para a renovação da floresta e para sua diversidade, funcionando como uma espécie de celeiro: ali, as novas espécies podem emergir e as existentes garantem sua sobrevivência e germinação. No caso da floresta amazônica, são áreas nas quais grupos indígenas nômades estabelecem assentamentos temporários. 

No MAC USP, a Clareira, instalada no térreo do Museu, local de acolhimento de seus visitantes e de contato com o “chão” da cidade, inaugura um sítio de diversidade e renovação, configurando local de trocas e de expressão artística de linguagens diversas e instalações de Artes Visuais que perduram no tempo.   

GLADE

Clareira (in Tupi, Baependi) is an area of grass vegetation, or of the undergrowth vegetation located inside of a forest or a woodland. Its formation is vital for the renewal of the forest and for its diversity, functioning as a kind of granary: There, new species can emerge, and the existing ones guarantee their survival and germination. In the case of the Amazon rainforest, these are the areas in which nomadic indigenous groups establish temporary settlements.

Installed on the ground floor of the Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo (MAC USP), our “Clareira” is a place for welcoming visitors, who will be in touch with the “ground” of the city. It inaugurates a site of diversity and renovation, meant to be a place for exchanges and artistic expression in different languages, with permanent installations of Visual Arts.


Programação Clareira / 2023

Abril de 2023 a janeiro de 2024

15/4 a 30/7 | A negra (1997), Carmela Gross [objeto-escultura, desenho]

A obra como projeto foi apresentada em setembro de 1997 junto a desenhos considerados pela artista “prefigurações” do objeto-escultura, objeto-montagem, objeto-imagem, objeto-desejo. Desenhos e fotografias com algumas palavras-legendas, tais quais, equilíbrio da bailarina, mulheres ou desenho, outro desenho, redesenho. O traço desde então anunciava a peça como um corpo-roupagem em movimento. A escultura nesse início não tinha nome, dois meses depois, na abertura da exposição para a qual foi concebida estava devidamente nomeado “A negra”. Trazia então mais uma prefiguração nesse caso um endereçamento a conhecida obra de Tarsila do Amaral. Mais uma camada da sua constituição. Obra que integra o acervo MAC USP desde 2003, A negra de Carmela Gross, se instala movente na Clareira, um traço, linha desenho no chão do lugar, denota e organiza seu lento movimento. Entre deslocamento e pausa – a cada aresta do traço-desenho, constituirá enfim uma de suas possibilidades. Objeto escultura que ao se mover move também todos o espaço reposicionando nossos olhares em relação a ela e a paisagem. O traçado, incorporado à obra nesta instalação, reaproxima o desenho de sua presentificação.

12/8 a 20/08 - "Pulsations", de Axel Stockburger e Kai Maier-Rothe [videoinstalação]

Baseada em uma performance inédita da pianista búlgara Dora Deliyska, do estudo para o piano nº 4 “Fanfares”, do compositor húngaro György Ligeti (1923-2006), a peça foi filmada na fábrica de pianos Bösendorfer, na cidade de Wiener Neustadt (Áustria), onde Dora tocou em oito pianos diferentes no showroom da empresa. Esta estrutura espacial foi transposta para a Clareira do MAC USP, através do uso de 8 canais diferentes de áudio e uma projeção de vídeo. A composição de Ligeti é conhecida pela dificuldade de intepretação, uma vez que está focada na mudança frequente de conjuntos rítmicos, misturando o modernismo europeu e a tradição musical africana. Sobre sua composição, Ligeti declarou certa vez: “uma ambiguidade métrica diferente ocorre na música africana. Aqui não há medidas no sentido europeu, e sim dois níveis rítmicos diferentes: uma camada de base de pulsações rápidas e precisas, que não são contadas como tais mas são sentidas; e uma camada superior superimposta, de padrões por vezes simétricos, mas mais frequentemente assimétricos que variam de comprimento”.

17/08 - Dora Deliyska [música]

Dora Deliyska é uma das mais renomadas intérpretes da sua geração. Começou seus estudos na Bulgária e complementou-os na Universidade de Música e Artes Performáticas de Viena, Áustria. Apresenta regularmente nas mais prestigiosas casas de concerto do mundo. Sua discografia inclui 13 álbuns, dos quais “Études & Préludes. Chopin Debussy Ligeti Kapustin” é o mais recente (2023). Em sua performance na Clareira do MAC USP, Dora Deliyska apresentará uma seleção de peças de seu último álbum: Frédéric Chopin, “Estudos” (Opus 25) e "Prelúdios" (Opus 28); Claude Debussy, 12 Estudos e 24 Prelúdios; Nikolai Kapustin, "24 Prelúdios em estilo do jazz” e György Ligeti, “Estudos” (incluindo “Fanfares”, tema de Pulsatons).

02/09 a 28/01/2024 - as maravilhas*, Laercio Redondo em colaboração com Birger Lipinski [intervenção]

Há alguns anos a criação de móbiles integra a pesquisa do artista que os entende como retratos. Diversos personagens foram assim retratados, dentre eles, Josephine Baker (1906 -1975), Carmen Miranda (1909-1955), Luz del Fuego (1917 –1967), Carmen Tórtola Valencia (1882 –1955) e Hélio Oiticica (1937 – 1980). O fio comum unindo as diversas figuras é a relação vital que cada uma mantém com a música, a voz e/ou a dança, e a corporeidade. Esse elemento é determinante na escolha dos personagens a serem retratados. Cada móbile explicita a questão da representação de corpos performativos, que são também corpos públicos, mas também políticos por sua relação com o gênero, orientação sexual e diferenças étnicas. São corpos que guardam, desvendam ou provocam as fantasias e ansiedades das ideologias e desejos dominantes.

::topo


Programação Clareira 2022

Programação Clareira 2021