"Nos últimos nove meses venho construindo um Arsenal Bélico. São esculturas feitas de madeira e fogos de artifícios que simulam armas de fogo. Sem balas ou gatilhos, mas munidas de pólvora, riscos e capacidade de disparo, as 40 armas diferentes nos remetem às sensações, reações e memórias, tanto em sua dimensão de coação e violência, quanto do desejo de possuir um objeto cuja potência escapa ao controle. O pavio assume a condição elementar do trabalho: aquilo que concentra um limite tênue à ação do outro, provocando, tentando, despertando a linha comburente entre a imaginação da ação e sua consequencia. O desenvolvimento do trabalho tem esbarrado em questões políticas e institucionais: Quais as maneiras possíveis de expor um trabalho que pode gerar risco aos visitantes? Como privar do toque um trabalho que foi concebido para ser tocado e portado? Como provocar o público sem colocá-lo em risco de acidentes?"

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