Exposição permanente em ambiente digital.

COLEÇÃO FULVIA E ADOLPHO LEIRNER DO ART DÉCO BRASILEIRO

Regina Gomide Graz. Mulher com galgo, c.1930. Tapeçaria pintada sobre veludo acrílico. 174,5 x 110 x 3 cm

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Depoimento dos Colecionadores
[english]

Colecionar é um prazer individual, uma relação de afetividade, é um amor, uma paixão, um descobrimento, uma procura e caça, que faz parte da minha vida. [...]

Esta coleção não foi herdada, mas devo aqui ressaltar a influência fundamental que recebi do convívio familiar.[...] Sem Fulvia, com sua sensibilidade e apoio, não poderia ter alcançado este objetivo. [...]

Contatos diretos com os artistas enriqueceram meus conhecimentos e foi primordial, na formação da coleção, sentir de perto as suas emoções. De John Graz, que decorou o apartamento de meus pais na década de 1950 no Guarujá, lembro-me de conversar durante passeios no Clube de Campo de São Paulo. De Regina Gomide Graz, recordo-me de visitas ao seu ateliê ainda menino, com minha mãe, para ver seus tapetes que forravam nossa casa em fins dos anos 1940. [...]

Outras emoções me ocorrem, não diretamente ligadas aos artistas, como resgatar as únicas peças conhecidas, tapetes e móveis, de Cássio M’Boy, famoso decorador na década de 30. [...]

Dividi com Fulvia a organização da exposição Tempo dos Modernistas, a convite de Pietro Maria Bardi no MASP, em 1974, que fez um contraponto à grande exposição da Bauhaus vinda da Alemanha. Foi a primeira exposição de Art Déco internacional e principalmente o Art Déco brasileiro.

Os colecionadores [...] de maneira geral, entendem que não reúnem suas coleções somente para seu convívio, mas para a sociedade, o que as mantém unidas e conservadas. Expor ou publicar é um enorme prazer, pois partilho com o espectador e leitor algo que sempre me foi muito particular.

Nas palavras de Fulvia Leirner: “Tivemos, então, a possibilidade de adquirir peças que hoje julgamos importantes, mas que eram rejeitadas pela sociedade da época. Estas vieram a formar uma coleção que queríamos harmônica. Adolpho sempre esteve mais perto do Artdeco abstrato-geométrico, eu gostava de todos; do abstrato lírico, floral, geométrico, de todos os figurativos também. Toda a aquisição que fazíamos era imediatamente incorporada ao dia-a-dia em nossa casa; obras de arte, louças, tapetes, tudo fez parte do nosso cotidiano.

Trechos dos textos: Colecionar é uma busca. In: Arte Construtiva no Brasil - Coleção Adolpho Leirner. Aracy Amaral (org.). São Paulo: Melhoramentos, 1998, p. 07-17; O Artdeco brasileiro: Coleção Fulvia e Adolpho Leirner. In: O Artdeco brasileiro: Coleção Fulvia e Adolpho Leirner. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2008, p. 11 (catálogo de exposição).

[topo]

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Testimonial by the Collectors
[português]

Collecting is an individual pleasure, a relationship of affection, love, a passion, a discovery, a search and hunt process that is part of my life. […]

This collection was not inherited, although I must emphasize here the fundamental influence family life has had on me. […] Without Fulvia, her sensitivity and support, I would not have achieved this goal. […]

Direct contacts with the artists enriched my knowledge and it was paramount, in the formation of the collection, to feel their emotions closely. From John Graz, who decorated my parents’ apartment in Guarujá in the 1950s, I remember our talks during walks at São Paulo’s Countryclub. From Regina Gomide Graz, I remember visiting her studio still as a boy, with my mother, to see her carpets that covered our house in the late 1940s. […]

Other emotions occur to me, not directly linked to artists, such as rescuing the only known pieces, tapestry and furniture from Cássio M’Boy, a famous decorator in the 1930s. […]

I shared with Fulvia the organization of the exhibition Time of the Modernists at the invitation of Pietro Maria Bardi at MASP in 1974, which was a counterpoint to the large Bauhaus exhibition coming from Germany. That was the first exhibition of international Art Déco and especially of Brazilian Art Déco.

Collectors […] in general, understand that they do not gather their collections only for their conviviality, but for society, keeping the items together and preserved. Exposing or publishing is a huge pleasure because I share with the viewer and reader something that has always been very particular to me.

In the words of Fulvia Leirner: “We had, then, the possibility of acquiring pieces that we consider important today, but were rejected by society at the time. These pieces formed a collection that we wanted to be harmonic. Adolpho was always closer to abstract-geometric Artdeco, while I liked them all; from lyrical abstraction to floral, geometric and all figurative ones too. All the acquisitions we made were immediately incorporated into our daily lives; works of art, dishware, rugs, everything was part of our lives”.

Excerpts from the texts: Colecionar é uma busca. In: Arte Construtiva no Brasil - Coleção Adolpho Leirner. Aracy Amaral (org.). São Paulo: Melhoramentos, 1998, p. 07-17; O Artdeco brasileiro: Coleção Fulvia e Adolpho Leirner. In: O Artdeco brasileiro: Coleção Fulvia e Adolpho Leirner. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2008, p. 11 (exhibition catalogue).

[topo]




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