Arte Brasileira no Acervo MAC USP
Período :14/10/2008 a 8/3/2009
MAC Cidade Universitária
Dividida em quatro núcleos, a exposição conta 50 anos da história da arte brasileira partindo da trajetória do Modernismo, passando pelas artes dos anos de 1950 e chegando às novas propostas da década de 1970. São obras de Anita Mafatti, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Waldemar Cordeiro, Ivan Serpa, Wesley Duke Lee, José Roberto Aguilar (foto), Nelson Leirner, José Resende, Dudi Maia Rosa e Cildo Meireles, entre muitos outros.
Arte Brasileira
50 Anos de História no Acervo do MAC USP
Arte Brasileira
50 Anos de História no Acervo do MAC USP
Lisbeth Rebollo Gonçalves
Curadora da exposição e Diretora do MAC USP
A mostra Arte Brasileira no Acervo MAC USP apresenta um recorte da coleção de Arte Moderna brasileira do Museu, através das obras de importantes artistas que inscreveram seus nomes na História da Arte no Brasil.
No Brasil, a modernização artística do século XX começou com o movimento modernista, projeto estético no qual o desejo de renovação da arte está associado ao da construção de uma consciência atualizada da cultura nacional. O modernismo desenvolveu seus fundamentos não só nas artes plásticas, mas também, na música e na literatura. O período histórico em que eclodiu e se afirmou foram os anos de 1920 — a Semana de Arte Moderna aconteceu em 1922 e, daí para frente, desenvolveu-se o ideário modernista. O modernismo desdobrou-se em novas manifestações no decênio de 1930, prolongando-se até meados da década seguinte, época de sua consolidação.
Em 1947 e 1948, respectivamente, foram fundados: O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand ; o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o Museu de Arte Moderna de São Paulo. A coleção desse último foi transferida para a Universidade de São Paulo, em 1963, dando origem ao Museu de Arte Contemporânea. Com este espaço institucional voltado para as artes – que se amplia em 1951 com a criação da Bienal de São Paulo – o cenário artístico brasileiro ganha novo ritmo de mudança e nova relação com as inovações estéticas. Vale lembrar que o MAC USP foi, desde a sua abertura, um espaço significativo para incentivar as novas pesquisas artísticas e apresentar ao público dos novos caminhos da arte.
A exposição está dividida em quatro núcleos: Modernismo e Seus Desdobramentos, Tendências Abstratas, Impactos da Nova Figuração e Caminhos da Arte Contemporânea.
O primeiro núcleo da exposição reúne obras expressivas de artistas que foram construtores do modernismo brasileiro : Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Antonio Gomide , Vicente do Rego Monteiro , Ismael Nery, Lasar Segall e Flávio de Carvalho , entre outros.
No segundo núcleo, encontram-se artistas do acervo do MAC USP que marcaram sua trajetória no espaço da abstração. Estão presentes obras de: Antonio Bandeira, Sheila Brannigan, Iberê Camargo, Milton Dacosta, Mario Cravo Jr., Tikashi Fukushima, Arcângelo Ianelli, Manabu Mabe, Felícia Leirner , Frans Krajcberg, Yolanda Mohalyi e Kasuo Wakabayashi. Há também, neste núcleo, a presença de nomes que integraram ou se aproximaram das tendências construtivas, como Geraldo de Barros , Waldemar Cordeiro , Ivan Serpa, Lothar Charoux, Jandira Waters e Judith Lauand.
Na seqüência da mostra, encontra-se um conjunto de artistas que, ao longo dos anos de 1960, atuaram e promoveram novas transformações, causando impactos no circuito artístico. Com sua produção, eles participaram da redefinição conceitual que se operava na linguagem da arte, no seu entendimento e na sua práxis . Adotaram novos modos de usar os materiais que dão suporte à idéia artística, criaram novas morfologias de invenção; valeram-se de novas estratégias semânticas na construção da linguagem. Entre eles estão: José Roberto Aguilar , Marcelo Nitsche e Rubens Gerchman. Experimentações no campo do novo realismo podem ser encontradas em Antonio Henrique Amaral , João Câmara e Humberto Espíndola. E temos a pintura da época Phases , nos trabalhos de Duke Lee ( Arkadin d'y Saint Amer ) e Bin Kondo.
Dentro de uma filosofia conceitual, as qualidades materiais e as dimensões minimalistas e de construção de ambiente marcam a poiesis das obras expostas de Luiz Paulo Baravelli e Cildo Meirelles, no início do decênio de 1970.
Nesta mostra, põe-se em evidencia a importância das exposições Jovem Arte Contemporânea, momento relevante da história do acervo MAC USP. Há na exposição obras de José Alberto Nemer, Carmela Gross, Maria Célia Andrade, Aieto Manetti Neto e Paulo Herkenhoff.
A realização desta exposição, que esteve em 2008 em Salvador (BA) e Recife (PE), deve-se ao Projeto Arte e Patrimônio 2007, criado pelo Ministério da Cultura do Brasil, para promover um maior conhecimento sobre os acervos artísticos do País.