Marie Fraser (Universidade do Quebéc - Montreal)
Os acervos são resilientes?

Podemos conceber os acervos como um meio resiliente, capaz de resistir, adaptar-se e regenerar-se? Contrariamente à concepção moderna que os considera fixos e imutáveis, esta conferência propõe mostrar que os acervos são dinâmicos, imprevisíveis e possuem propriedades comparáveis às de um ecossistema vivo. Para compreender esse potencial de resiliência, é necessário examinar os "bastidores" do museu, estudar o ciclo de vida das obras de arte a longo prazo e considerar todos os usos e protocolos que moldam as práticas museológicas e curatoriais. Como as obras de arte são adquiridas e integradas às coleções? Como são manipuladas, controladas, armazenadas em reservas e posteriormente retiradas de seu estado de dormência para restauração, exposição, empréstimo, movimentação ou interpretação? Utilizando diferentes exemplos, acompanharemos a trajetória das obras dentro do museu para explorar a força de resiliência dos acervos.

Marie Fraser é professora de História da Arte e Museologia e titular da Cátedra de Pesquisa em Estudos e Práticas Curatoriais da Universidade do Québec em Montreal. Ela é co-fundadora do grupo de pesquisa e reflexão CIÉCO e dirige o Eixo 1 – “A coleção exposta” pela parceria com o laboratório de pesquisa “Novos Usos das Coleções em Museus de Arte”, financiado pelo Conselho de Pesquisa em Ciências Humanas do Canadá. Ela também lidera o projeto de pesquisa Museologia de Investigação, que documenta e analisa a história das exposições a partir da trajetória das obras de arte. Foi coeditora da publicação Réinventer la collection. L’art et le musée au temps de l’évènementiel (PUQ, 2023), do número 40 de Marges. Revue d’art contemporain sobre o ativismo nas coleções, assim como do número 43 da revista RACAR What Is Critical Curating? / Qu’est-ce que le commissariat engagé ?. Foi curadora-chefe do Musée d’art contemporain de Montréal (2010-2013) e curadora do pavilhão do Canadá na 56ª Bienal de Veneza (2015).

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