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Maurício Nogueira Lima: Forma e Cor


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Maurício Nogueira Lima: Forma e Cor

Stela Politano
Curadora – Instituto Maurício Nogueira Lima

Serigrafia é uma forma de impressão/expressão. É uma informação multiplicada. A série de imagens constitui-se de múltiplos serigráficos baseados em processos fotográficos chamados fotolitos. Para Maurício Nogueira Lima, todo o processo gera apenas múltiplos, compostos de formas e cores.

A partir de 1972, Nogueira Lima realiza pesquisas sobre os efeitos ópticos da cor com base na abstração geométrica. Se detém na construção de massas de cor na estrutura bidimensional, criando outros espaços e temporalidades. Como método e princípio artístico, continua fiel à arte concreta aprendida e vivenciada desde 1952, como integrante do grupo Ruptura. A reprodutibilidade do objeto artístico e sua democratização, ideais encontrados no manifesto dos concretos paulistas, são experimentados em seus múltiplos serigráficos, estabelecendo um universo de encontros poéticos entre formas e cores, resultando em uma estrutura informativa e de impacto óptico.

A exposição Maurício Nogueira Lima: Forma e Cor apresenta serigrafias que demonstram o amadurecimento do artista concreto e um momento de maior liberdade no uso e desenvolvimento das suas pesquisas cromáticas, fato que pode ser verificado no conjunto documental e nos estudos que complementam a exposição. O artista-arquiteto modela o espaço por meio da cor, na construção geográfica de superfícies coloridas, criando volumes com o deslocamento da linha ou sobreposição de sombras e leveduras. Compôs com o rigor técnico do arquiteto, do artista concreto, do profissional plástico que se tornou ao longo dos anos.

Disciplinas como a matemática, a física, a geometria, a história e a filosofia se tornam veículos para a criação artística, fomentando a intuição e a sensibilidade por outros caminhos. Os concretos paulistas estiveram envolvidos com a pesquisa plástica concreta, com o aprendizado de técnicas de produção e com o exercício profissional emergente. Uma geração responsável e politicamente comprometida com o trabalho artístico e a democratização do seu acesso.

Também é na década de 1970 que Maurício Nogueira Lima direciona seu olhar aos problemas visuais do meio urbano, tendo como objeto de pesquisa a própria cidade de São Paulo. O intuito era repensar o espaço para neutralizar a poluição urbana por meio da cor. Muitos desses estudos e projetos, como a Empena São Bento (1979) e as paredes/estruturas lineares das estações de metrô Santana e São Bento (1990), ainda podem ser visitados. Neles, pode-se encontrar alguns dos mesmos elementos plásticos das serigrafias. Maurício Nogueira Lima buscava a seriação e a multiplicação da forma e da cor, visando uma redistribuição social da criação artística, rememorando o início da arte construtivista soviética, solidária e democrática, que tanto o fascinava. O ativismo político, antes trabalhado segundo a semântica pop na década de 1960, ganha efeitos cinéticos de cor numa atuação sensível do artista, preocupado em expandir seus estudos e multiplicá-los entre os pares, os alunos, os professores, os amigos e o público. Em suas palavras, “concretizo, com formas simples e compreensíveis, as contradições que existem, numa linguagem visual direta e não verbal. Uso os recursos que sei manipular: formas e cores”.