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Farkas
começou na fotografia como empresário
do ramo, já que a sua família era
proprietária de uma organização
muito conceituada na área, a Fotoptica. Cedo
se apaixonou pelos cinejornais e documentários.
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Em
1964, quando o Brasil começava a viver
sob a ditatura militar, Farkas enviava realizadores
para a periferia da cidade do Rio de Janeiro
e para a região Nordeste do País,
em busca de imagens que divulgassem o "Brasil
Verdade". Essa aventura ajudaria a consagrar
muitos documentaristas, entre os quais estão
Geraldo Sarno (Viramundo), Maurice Capovilla
(Subterrâneos do Futebol) e Paulo Gil
Soares (Memórias do Cangaço).
Um pouco mais tarde, novos documentaristas
foram incentivados por Farkas, como Sérgio
Muniz (Rastejador), Guido Araújo (Feira
da Banana) e Eduardo Escorel (Visão
do Juazeiro).
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Paixão
pela fotografia |
A sua chamada "Caravana Farkas", realizando
documentários produzidos entre 1960 e 1970,
ajudou a redescobrir o Brasil através do
cinema.
Durante
a década de 40 do século passado,
Farkas destacou-se como um dos mais talentosos
integrantes do Foto Cine Clube Bandeirante,
de São Paulo, SP. Sua primeira mostra
individual aconteceu em 1948, no Museu de Arte
de São Paulo, o MASP. A exposição
fotográfica foi também a primeira
a ser realizada num museu de arte do Brasil.
Thomaz Farkas envolveu-se em diversas iniciativas
didáticas. |
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Implanta
o setor de cursos do MASP, com Geraldo Barros.
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Foi
professor da Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo.
Tem
papel primordial no fomento às atividades
fotográficas no Brasil e escreve artigos
para o jornal "Folha de S.Paulo",
em meados dos anos sessenta.
Publica,
ainda, a revista "Novidades Fotoptica",
nos anos setenta; e cria a primeira galeria
brasileira exclusivamente dedicada à
fotografia, a Fotoptica, em 1979.
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Entre
suas obras destaca-se um ensaio sobre a construção
da nova capital brasileira, Brasília, e a
série produzida sobre o balé "Yara",
com figurinos e cenários criados por Cândido
Portinari.
O
cineasta e documentarista Walter Lima Jr.,
um dos pioneiros dos programas "Globo
Shell Especial" e "Globo Repórter",
nunca deixou de reconhecer o talento de Thomaz
Farkas: "Vejo-o
como um daqueles viajantes estrangeiros que
contribuíram para a história
visual do Brasil. Como Thomas Ender, Rugendas
e outros, o Farkas também chegou aqui
com um olhar de fora, amou e viveu o país.
Foi se especializando em Brasil".
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Com Walter Lima Jr.
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Fotógrafo,
diretor de cinema documentário, produtor
e fotógrafo de cinema, Farkas sempre foi
um profissional de múltiplas atividades.
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Em
1946 teve uma reportagem fotográfica
publicada pela revista "Rio", da
cidade do Rio de Janeiro. Em 1948, tornou-se
membro da Comissão de Fotografia do
MAM - Museu de Arte Moderna da cidade de São
Paulo, Estado de São Paulo. Em 1950
projeta e instala o laboratório fotográfico
do MASP - Museu de Arte de São Paulo.
Em
1951, projeta, organiza, planifica e instala
câmaras escuras do laboratório
fotográfico de física da "Escola
Nacional de Engenharia" do Ministério
de Educação e Saúde.
Em 1954, projeta e instala o laboratório
fotográfico do "Instituto de Eletrotécnica
da Universidade de São Paulo, anexo
à Escola Politécnica.
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Imagem
da célebre série sobre a construção
de Brasília
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Em
1957 Farkas torna-se membro da comissão julgadora
do concurso "Retrato", promovido pelo
Santos Cine Foto Clube, na cidade de Santos, litoral
do Estado de São Paulo.
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Bailarina ensaiando na UNE
(RJ, década de 40)
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No
mesmo ano e na mesma cidade, torna-se membro do
júri de seleção e julgamento
do "Terceiro Salão Internacional de
Arte Fotográfica", patrocinado pela
Prefeitura Municipal do município.
Ainda
em 1957, projeta e instala o laboratório
fotográfico do Instituto de Polícia
Técnica de São Paulo.
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"Farkas expõe na França
sua visão de felicidade". O Estado
de S.Paulo, SP, 04.07.2000
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" Uma cidade, dois tempos". Correio
Braziliense, Brasília,
20.04.2000
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Em
1960, passa a produzir 33 filmes documentários
de curta e média-metragem, além de
9 longas. Em 1962, transforma-se em assessor técnico
do concurso "A Criança na Fotografia",
integrante do "Segundo Salão da Criança".
Em 1963 torna-se sócio-fundador do MAM/SP.
Entre 1964 e 1965, publica vários artigos
no jornal "Folha de S.Paulo".
Em
1967 passa a ser membro do conselho do Foto
Cine Clube Bandeirante. Em 1970, Farkas projeta
e coordena a instalação do laboratório
e do arquivo fotográfico da ECA/USP.
Entre
muito títulos, prêmios e homenagens,
Farkas coleciona uma série imensa.
Em 1950, venceu o "Primeiro Concurso
Cinematográfico Nacional", realizado
pelo Foto Cine Clube Bandeirante, de São
Paulo, SP.
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Um
artista, dois tempos
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Foi
representante honorário do Brasil no "The
Photographic Society of América", em
três ocasiões: 1950/1951, 1953/1954
e 1963/1964. Em 1965, ganhou o "Prêmio
Governador do Estado de São Paulo".
No mesmo ano conquistou a "Gaivota de Ouro",
do Festival Internacional do Filme do Rio de Janeiro.
Em 1966 foi consagrado com a "Menzione Speciale",
do "Festival di Popoli", em Florença,
na Itália.
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Thomaz
Farkas.
SP: Edusp, 2002
(Artistas da USP, 11), 156 pág.
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Thomaz
Farkas, Fotógrafo.
SP: DBA Artes Gráficas e : Companhia
Melhoramentos de São Paulo, 1997
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Teve
fotos na "Coleção Pirelli/Masp
de Fotografia", de São Paulo, SP. Faz
parte do Acervo Permanente do MoMA - Museu de Arte
Moderna de Nova York, nos Estados Unidos. Expôs
seus trabalhos fotográficos em várias
mostras individuais em São Paulo, Estado
de São Paulo, na cidade de Paris, na França,
na cidade do Rio de Janeiro, no Estado do Rio de
Janeiro e na cidade Salvador, Estado daBahia.
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Integrou
mostras fotográficas coletivas nas
cidades de São Paulo, Estado de São
Paulo; Curitiba, Estado do Paraná;
Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro;
Campinas, Estado de São Paulo; Belo
Horizonte, Estado de Minas Gerais e São
João da Boa Vista, no Estado de São
Paulo.
Expôs
na cidade de Wolfburg, na Alemanha, e na
cidade do México, no México.
Farkas é autor do livro "Thomaz
Farkas, fotógrafo", editado
em 1997, quando o MASP - Museu de Arte de
São Paulo organizou uma mostra retrospectiva
de seu trabalho como fotógrafo e
cineasta.
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Entre
os textos críticos que citam Farkas, um destaque
está no de Rubens Fernandes Júnior
que diz: "Thomaz Farkas procurou inicialmente
no Foto Cine Clube Bandeirante uma possibilidade
de expressão, mas aos poucos, foi encontrando
seu caminho e produziu um consistente trabalho fotográfico.
Suas formas geométricas acentuadas, seus
estranhos ângulos de visão, rompendo
o silêncio das formas, sua visão
estética instigante apontam para uma
das experiências mais renovadoras da fotografia
brasileira". Sérgio Sanz, por sua
vez, após visitar a mostra "A Caravana
Farkas documentário - 1964/1980), realizada
no Centro Cultural Banco do Brasil, na cidade
do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro,
escreveu: "Vasculho a memória e
tento acertar o foco em busca de palavra ou
imagem que defina a obra e a personalidade de
Thomaz Farkas. |
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Assim
de chofre, poderia reverenciá-lo como um
dos mais importantes fotógrafos brasileiros,
ou como um incansável produtor que viabilizou
idéias e projetos de uma geração
de cineastas, sem esquecer do editor de publicações
sobre fotografia. Farkas é um pouco isso
e muito mais, artista múltiplo, para ser
contemplado sob várias angulações
por ser ele um dos mais dinâmicos animadores
da cena visual contemporânea brasileira.
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LC
Leite/AE
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Dois clássicos do Cinema Cultural
Brasileiro produzidos por Farkas em 1965
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Por
suas lentes passaram belezas e realidadess do Sertão
e do Recôncavo baiano, do samba carioca, e
tantos outros temas onde o Brsil e sua gente estão
vistos por inteiro. Farkas é um caçador
de imagens dessa e de outras terras, aquelas que
o olhar comum não alcança.
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Límpidas,
iluminadas e, às vezes, cruas, que
fazem o espectador rever sua posição
na poltrona do cinema ou na vida".
Na
Escola de Comunicações e Artes
da USP - Universidade de São Paulo,
Thomaz Jorge Farkas ministrou os cursos de
"Fotografia", "Fotojornalismo"
e "Jornalismo Cinematográfico".
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À
esq., na ECA dos anos 80
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Edição
de Texto:
Osmar Mendes Júnior
Edição
de Arte: Marcelo Januário
Confira
mostra virtual no "Portal do Jornalismo Brasileiro"
Confira
as obras que integram a exposição
"ArteJornalismo"
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