Geração Pioneira
O Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações Culturais (1967-72)

Criado, na estrutura da Escola de Comunicações Culturais, em 5 de fevereiro de 1968, por decisão do Conselho Universitário da Universidade de São Paulo, foi ampliado para Departamento de Jornalismo e Editoração, (CJE) através da Portaria GR 1023/70, acompanhando as mudanças da reforma universitária, instituída em 1970, através do Decreto 52.326, de 16 de dezembro de 1969, em que a Escola de Comunicações Culturais passou a ser chamada Escola de Comunicações e Artes.

   
   
O CJE iniciou as atividades oferecendo cursos na área de Jornalismo, que mais tarde seriam ampliados também para a área de Editoração. Em seus primeiros momentos, o Departamento de Jornalismo foi dirigido pelo Professor José Marques de Melo e sua primeira turma de Bacharéis em Jornalismo foi diplomada em 1970, verificando-se um índice de profissionalização da ordem de 80% já ao término do curso.


Laboratório de fotografia

Assim como o Professor Marques de Melo, Bacharel em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco em 1964, Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco em 1965 e Pós-Graduado em Ciências da Informação pelo Centro Internacional de Estudos Superiores de Jornalismo para a América Latina em 1966, os primeiros docentes, especializados em várias áreas do conhecimento humano, vieram somar suas experiências na formação de uma escola que seria referência mundial logo nos seus primeiros tempos de existência.


Estúdio de Telejornalismo
José de Freitas Nobre, por exemplo, que desenvolveu uma carreira política de sucesso, foi Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, o famoso templo de ensino do Largo de São Francisco, no centro da capital paulista. Freitas Nobre foi, ainda, Doutor em Direito e Economia de Informação pela Faculdade de Direito da Universidade de Paris.

Flávio de Almeida Prado Galvão, Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo foi jornalista profissional durante muitos anos, chegando a integrar o corpo de redação do conceituado jornal "O Estado de S.Paulo".

Hélcio Deslandes, Engenheiro-Arquiteto pela Escola de Arquitetura da Universidade de Minas Gerais, desempenhou as funções de lay-outman e Diretor de Arte em várias agências de propaganda em Belo Horizonte e São Paulo, como McCann Erickson, Standard e outras. Desenvolveu uma vitoriosa carreira de capista, tendo trabalhado para as mais importantes editoras de livros no Brasil e no exterior.

Estúdio de Rádiojornalismo

Francisco Gaudêncio Torquato do Rego, Bacharel em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, foi professor titular de Jornalismo Interpretativo na Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, que em seus primeiros tempos pertencia a PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Torquato especializou-se em jornalismo empresarial, numa época em que esse importante setor das comunicações nacionais estava dando seus primeiros passos e conquistando o respeito da nata intelectual brasileira.

Thomaz Jorge Farkas, era Engenheiro Mecânico e Eletricista pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e fotógrafo profissional de reconhecido talento quando se juntou à equipe do CJE. Farkas já havia realizado muitas mostras fotográficas, inclusive no MASP - Museu de Arte de São Paulo, que historicamente é a primeira do gênero a se instalar num museu oficial e de prestígio.


Oficina gráfica

Gileno Fernandes Marcelino, por sua vez, Bacharel em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Gertúlio Vargas do Rio de Janeiro e Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, exerceu, entre outras funções, a de repórter , redator, e editorialista, chegando a atuar em veículos prestigiados como Jornal do Brasil, Diário da Noite, Manchete e O Jornal, todos do Rio de Janeiro.


Sala de aula

Benedito Juarez Bahia, Bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santos, litoral de São Paulo, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santos, exerceu múltiplas funções no magistério e na carreira profissional como jornalista. Escreveu livros também, quase todos especializados na área em que foi mestre.

Entre suas principais obras estão "Três fases da Imprensa Brasileira", "Jornal, História e Técnica" e "Um Homem de Trinta Anos".

Francisco Rocha Morel nasceu em 22 de junho de 1927, na cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará. Transferiu-se para a cidade de São Paulo ainda jovem, onde foi exercer as atividades profissionais de advogado e publicitário. Esta última experiência lhe seria de muita valia em sua contribuição para o mundo acadêmico do futuro. Fêz uma brilhante carreira na publicidade antes de chegar ao Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP.

Capa e contracapa da Revista K e capa da publicação "Jornalismo Industrial"

Antonio Fernando Costella, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, foi Professor Titular de História do Rádio, Televisão e Cinema e Professor Assistente de História da Imprensa e Direito da Informação da Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, a tradicional e respeitada escola paulistana. Costella também desenvolveu excelente carreira na literatura e marcou definitivamente sua existência na xilogravura, onde não apenas pesquisar da área, mas também, e principalmente, como um dos mais ativos e fecundos criadores nesse importante segmento artístico, tendo realizado exposição de seus trabalhos no Brasil e no exterior.


Arte de Hélcio Deslandes para o
Relatório de Atividades do CJE - 1969

Cremilda Celeste de Araújo Medina, Bacharel em Jornalismo e Licenciada em Francês pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi Professora Instrutora de Técnica de Jornal e Periódico da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cremilda foi redatora da Revista do Globo, de Porto Alegre, além de ter exercido funções de programação e planejamento editorial na Editora Globo de Porto Alegre. Foi, ainda, uma atuante jornalista no Jornal da Tarde, de São Paulo.


Museu da imprensa

Jair Borin, Bacharel em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, trabalhou como redator na empresa Santos & Santos Publicidade e na agência Interpress, Foi também editor de artes gráficas do "Cairú Jornal". Foi Monitor do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA e chegou a trabalhar no jornal "O Estado de S.Paulo".

Finalmente, João Walter Sampaio Smolka, Bacharel em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Foi Secretário de redação dos jornais "Shopping News", "São Paulo Zona Sul" e da agência noticiosa Interpress. Foi, ainda, ex-Diretor do Departamento de Jornalismo da Rádio Bandeirantes de São Paulo, da TV Excelsior Canal 9, também de São Paulo, e das Emissoras Associadas de São Paulo, representadas pelas Rádios Tupi, Difusora e TV Tupi.

A carreira de Walter Sampaio passou, ainda, pela TV 2 Cultura, a primeira televisão pública do Estado de São Paulo, e por outras empresas conceituadas.

Duas edições de "Jornal" e uma do Boletim
da Agência Universitária de Notícias (AUN)

O talento desses consagrados professores, muitos dos quais são hoje autênticas celebridades nacionais, reconhecidas inclusive no exterior, como é o caso do Professor Marques de Melo, contribuiu enormemente para a formação do inegável prestígio que o Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA - Escola de Comunicações e Artes , da USP, desfruta hoje. A prova está nos momentos em que há o concurso de seleção para novos alunos, sempre muito concorridos e disputados.

Se a primeira turma de Bacharéis, formada em 1970, já apresentou um alto índice de profissionalização, atingindo a marca de 80% a situação não é diferente.

Basta percorrer com atenção os expedientes dos jornais, emissoras de rádio e de televisão, assessorias de imprensa e outras áreas afins para se descobrir um ex-aluno do CJE, no desempenho das funções de jornalista.

Para maiores informações sobre a vitoriosa trajetória do CJE - Departamento de Jornalismo e Editoração, conheça também a exposição presencial que está sendo realizada no prédio Anexo do Mac, na Cidade Universitária, da USP.


Curso sobre Jornalismo Científico
e III Semana de Estudos de Jornalismo

Confira também a programação do Curso de Extensão Cultural que se desenvolve no Auditório Principal do MAC, com palestras realizadas nas segundas-feiras.

Abaixo, sumário de uma das primeiras publicações da geração pioneira
(Revista da Escola de Comunicações Culturais, 1a edição, 1967)

Clique aqui e conheça a seção de documentos

Edição de Texto: Osmar Mendes Júnior
Edição de Arte: Marcelo Januário