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Volta ao Avesso do Avesso - Espanha na Bienal de São Paulo


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MAC USP
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Terça a domingo das 10 às 21 horas
Segundas: fechado
Entrada gratuita

Contato
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Revisitando a delegação espanhola na Bienal de São Paulo

Ana Magalhães - Curadora MAC USP

Ao receber a coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em 1963 e criar o Museu de Arte Contemporânea (MAC USP), a Universidade de São Paulo recebia um conjunto muito especial de obras angariadas pelo MAM desde sua fundação. Dada a conexão direta entre o MAM e a Bienal de São Paulo (cujas primeiras edições foram chamadas de Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo), e uma categoria de premiação que permitia ao Museu buscar fundos para adquirir obras para seu acervo, mais da metade dele foi formada a partir da exposição bienal nos anos 1950. Isso nos permite hoje dar a ver quais eram os debates e tendências em voga no período, além de ter transformado o MAC USP em uma espécie de destino natural para receber obras das Bienais de São Paulo a partir dos anos 1960 - mesmo que não de modo programático.

Com a exposição A volta ao avesso do avesso, o Centro Oscar Niemeyer de Avilés, na Espanha, buscou uma parceria com o MAC USP para reunir um conjunto significativo de obras de artistas espanhóis que representaram seu país ou foram premiados ao longo dos anos nas edições da Bienal de São Paulo. As 12 obras do acervo do Museu universitário paulistano, selecionadas pela curadora Genoveva Tusell García, puderam assim unir-se a outras tantas, que nos dão a oportunidade única de entendê-las no panorama maior da produção artística espanhola dos anos 1950 até hoje.

Tendo sido primeiro concebida para o Centro Oscar Niemeyer de Avilés, a exposição também criou a ocasião para que o público ali pudesse ver obras que vieram para o Brasil, e não mais tinham retornado. Agora, em São Paulo, a seleção das obras em coleções espanholas nos mostra outras relações possíveis entre as pinturas, gravuras e esculturas que aqui ficaram articuladas a uma paisagem mais rica.

Como nos lembram os organizadores da mostra, parte das obras e artistas aqui presentes foram produzidos em um estado de exceção: a ditadura franquista, que só terminou na Espanha com a morte do general Francisco Franco, em 1975. Por sua vez, neste ano, o Brasil saía do período mais brutal de sua ditadura civil-militar, que só terminou com as eleições presidenciais de 1985. Mas assim como na Espanha, em 1975, assistiu à reabertura política e à volta ao país de intelectuais e ativistas opositores do regime. Não por acaso, Os revolucionários de Rafael Canogar, prêmio da 11a. Bienal de São Paulo em 1971, são paradigmáticos das trocas artísticas e críticas aos regimes, lá e cá, e que suas figuras quase em tamanho natural mobilizem tantas memórias nos quatro cantos da América Latina - assim como a Espanha franquista, solapada por ditaduras militares truculentas que varreram o continente até os anos 1980.

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Curadoria

Genoveva Tussel – Curadora

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Desde sua estreia até a última edição do ano passado, a Espanha participou de trinta e três edições da Bienal de São Paulo, com exceção da primeira. Criada por iniciativa de Francisco Matarazzo e inspirada na de Veneza, a Bienal de São Paulo logo se tornou um dos grandes acontecimentos artísticos no âmbito internacional. Desde 1957 e devido ao seu notório sucesso, a celebração do evento foi transferida para o Palácio das Indústrias no Parque do Ibirapuera, edifício projetado por Oscar Niemeyer onde permanece até hoje.

Percorrer a representação espanhola nas diferentes edições da Bienal de São Paulo nos permite conhecer a evolução artística do nosso país desde a segunda metade do século XX até a atualidade. Durante a ditadura franquista, o pavilhão espanhol se tornou um instrumento de propaganda imbatível, apesar da crítica ao próprio regime estar presente em muitas obras. Com a transição e a chegada da democracia, a representação espanhola pôde olhar para o seu passado mais recente, ao mesmo tempo que foi se abrindo às tendências artísticas mais atuais.

A Espanha obteve reconhecimento em todas as categorias internacionais da Bienal, desde o Grande Prêmio de Rafael Canogar, aos de Jorge Oteiza, Modest Cuixart, César Olmos, Joan Ponç, Miguel Berrocal, Darío Villalba e José Luis Verdes. Esta exposição faz um compilado da participação espanhola na Bienal, mostrando as obras que competiram na competição e que agora estão sendo mostradas novamente no Brasil graças a esta exposição.

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[português]

Since its inception until its most recent edition last year, Spain has taken part in thirty- three editions of the São Paulo Biennial, except for the first one. Created at the initiative of Francisco Matarazzo and inspired by that of Venice, the São Paulo Biennial soon became one of the foremost events on the international art scene. As of 1957 and owing to its resounding success, it changed venue to the Palácio das Indústrias (“Palace of Industry”) in Ibirapuera Park, a building especially designed for this purpose by Oscar Niemeyer, which has played host to the Biennial ever since.

Exploring the works representing Spain over the different editions of the São Paulo Biennial lends us an insight into the evolution of Spanish art since the second half of the 20 th century to the present day. During the Franco dictatorship, the Spanish pavilion became an unparalleled propaganda tool, notwithstanding the fact that many of its works were critical of the regime itself. With the transition to democracy, the works selected to represent Spain were able to look back on the country’s more immediate past, while gradually opening up to the most innovative artistic trends.

Spain has earned awards and accolades throughout the Biennial’s international categories, from Rafael Canogar’s Grand Prize, to the prizes won by Jorge Oteiza, Modest Cuixart, César Olmos, Joan Ponç, Miguel Berrocal, Darío Villalba and José Luis Verdes. This exhibition provides an overview of Spain’s participation in the Biennial, showcasing the works that competed in the event and that are now being shown again in Brazil thanks to this exhibition.

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