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Entrada Gratuita


DI CAVALCANTI:

militante, boêmio, brasileiro


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Educativo:
55 11 2648-0258
Agendamento

Imprensa:
Sérgio Miranda
55 11 2648-0299

MAC USP
Av. Pedro Álvares Cabral, 1301
Ibirapura - São Paulo - SP, Brasil
Terça a domingo das 10 às 21 horas
Segundas-feiras fechado
Entrada gratuita

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APRESENTAÇÃO

English

Muitos são os adjetivos que se pode utilizar para tentar abarcar a complexidade da vida e da obra de Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976). Dentre esses destacamos três: o militante, que fala de seu engajamento na luta por justiça social, o boêmio, que evidencia o seu apreço por uma vida sem amarras, e o brasileiro, que se remete à sua busca incessante pela representação da identidade cultural de seu país. Essas três dimensões estão fortemente presentes na produção gráfica do artista.

Mais conhecido como pintor, Di Cavalcanti iniciou-se na arte por meio do desenho e fez dele um espaço de liberdade temática e estilística, de diálogo com outros artistas e rica experimentação. Embora esta seja a parte menos difundida e estudada de sua obra, encontra-se muito bem representada na coleção de 561 desenhos, reunidos por ele próprio, e que hoje integra o acervo do MAC USP. Trata-se do maior conjunto de obras de sua autoria reunido em uma só instituição museológica no Brasil que cobre sua produção de 1920 a 1950.

Essa exposição é resultado de uma pesquisa de pós-doutorado e apresenta, pela primeira vez, um conjunto expressivo de desenhos de Di Cavalcanti à luz da sua biografia. O público é convidado a observar suas obras guiado por uma detalhada linha do tempo e pode vê-las também em relação a de outros artistas que lhe foram contemporâneos. Tal recurso confere à sua produção uma lógica ditada pelos acontecimentos históricos que marcaram a arte e a cultura brasileiras nas sete primeiras décadas do século XX.

Ao longo de sua trajetória, Di Cavalcanti vivenciou os dilemas de um artista de origem humilde, nascido numa família de senhores de engenho, militares e abolicionistas, e que mais tarde se tornaria um dos protagonistas do modernismo brasileiro. A representação da população afro-brasileira, a militância política comunista, a adesão ao catolicismo e a luta contra o abstracionismo, são apenas algumas das facetas de alguém que refletiu as ambiguidades de sua época. Se na década de 1920, Di Cavalcanti exaltou a mulher de pele preta ou parda - então denominada “mulata” - como símbolo positivo da identidade nacional, ao longo dos anos transformou-a em estereótipo, reiterando preconceitos que deixaram cicatrizes profundas na sociedade atual. Ao contextualizar a vida e a obra do artista, essa exposição busca oferecer a oportunidade de se avaliar suas intenções e contradições através das lentes do nosso tempo.

Helouise Costa
Marcelo Bortoloti
Curadores

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