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Entrada Gratuita

Biógrafo: Daniel Senise


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Educativo:
55 11 2648-0258

Imprensa:
55 11 2648-0299

MAC USP
Av. Pedro Álvares Cabral, 1301 - São Paulo-SP, Brasil
Horário de funcionamento:
Terça a domingo das 10 às 21 horas
Segundas: fechado
Entrada gratuita

Contato
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Apoio:

Biógrafo: Daniel Senise

Helouise Costa
Marta Bogéa
Curadoras MAC USP

Daniel Senise é reconhecido sobretudo como pintor. Interessado na materialidade do mundo, manufatura suas próprias “tintas”, produzidas não com pigmentos, mas com resíduos que se acumulam em locais abandonados repletos de vivências e memórias soterradas pelo tempo. Tais resíduos são coletados por meio de um processo moroso de decalque, cujos resultados são frutos de certo acaso. O atelier do artista torna-se, assim, um repositório de matéria coletada que abriga o gérmen de renovadas paisagens.

Esta exposição reúne, dentre a vasta produção do artista, obras que partem dos lugares que ele habita e que lhe são caros: a casa, o atelier e o museu. A casa surge como lugar de memórias pessoais, o atelier abriga o trabalho minucioso de transferir a matéria coletada para a superfície das telas, enquanto o museu, situado no limite entre pintura e fotografia, exerce seu poder de reenquadrar a arte e sobrepor camadas de múltiplos significados. Dentre os museus e espaços associados à arte, Sem título, Bienal de São Paulo apresenta o icônico vão do edifício da Bienal como dobra arquitetônica. Avistado através do alinhamento de pilares circulares, o espaço regrado transmuta-se em espaço miragem.

Os lugares aqui apresentados não são dóceis, ágeis ou rapidamente decifráveis. Alinhados ao processo de criação do artista, exigem do observador tempo e disposição de olhar. Temas recorrentes na pintura e na história da arte, por exemplo, são tratados por meio de uma espécie de lente que altera elementos habitualmente presentes no mundo. Ela que não está evidencia esse modo particular de observação. Ao revisitar um afresco de Giotto, pintor italiano do início do Renascimento, Senise registra e destaca uma falha, marca da ausência de pigmento no corpo da obra, sublinhando o que lá não está.

Na variedade das obras configura-se um vasto território comum de presenças ausentes. O conjunto, tomado como um itinerário biográfico, nos remete ao título de uma série que permeia toda a exposição. A mostra termina no corpo-matéria dos tijolos que são simultaneamente paisagem e revestimento, arquitetura e obra. Matéria transmutada. Memórias que mobilizam tempo e espaço transfigurados num exímio exercício tátil de olhar.

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